domingo, 4 de novembro de 2012

Dica de leitura: O livreiro de Cabul e a Cidade do Sol

Olá,

Trago hoje mais uma dica de leitura. Tratarei de dois livros interessantíssimos. O primeiro é ficção. O segundo é real.

Vamos então falar do livro de ficção: A cidade do Sol.


Este livro conta a história de duas mulheres afegãs. A história é comovente e triste. Não vou contar o enredo, mas quem se dispuser a lê-lo terá muitas horas de diversão e também poderá refletir sobre as diferentes maneiras como as mulheres são tratadas  ao redor do mundo.  O livro tem um final positivo e cheio de esperança.

 Recomendo que você leia esse livro e em seguida leia o Livreiro de Cabul. Você poderá comparar ficção com a realidade e perceber como  a segunda é cruel e triste.


Escrito pela jornalista norueguesa  Åsne Seierstad, O Livreiro de Cabul conta como foi a convivência da autora com a família de Sultan Kan, um livreiro afegão. Um dos aspectos mais marcantes desta obra é a maneira como as mulheres da família do livreiro, supostamente um homem liberal para os padrões do Afeganistão, são tratadas.  Li esse livro depois de ler  A cidade do Sol e o choque foi terrível, pois no primeiro livro, as personagens fictícias tiveram chance de escapar da vida que as oprimia, mas as personagens reais não. Isso me causou grande angústia. É terrível ver uma pobre moça afegã tentar estudar e não conseguir, tentar trabalhar e não poder, ser obrigada a casar com alguém que mal conhece. E o pior, não há chance de sua história mudar. Lamento o spoiler, mas esse aspecto da história foi muito marcante para mim. De qualquer forma, não há só esse tema, há muitos outros.  O livro traz muitos aspectos da vida afegã. Não fala só das mulheres, é muito rico culturalmente.

O livreiro ficou indignado com a jornalista e escreveu um livro para contar sua versão dos fatos. A forma como a autora retratou o livreiro mostrou um homem mesquinho e cruel. Até o lançamento do livro, Sultan Kan era tido como um intelectual que resistia aos talibãs ao manter sua livraria aberta.
Segundo Kan, o olhar da jornalista é um olhar ocidental, incapaz de perceber que a realidade afegã a que  estava submetido não permitia que ele agisse de forma diferente. Pode até ser, mas a mesquinharia suplanta diferenças culturais.  Há mesquinhos brasileiros, chineses (como você pode ler em Cisnes Selvagens), afegãos, dinamarqueses, ocidentais e orientais.

Os livros de que  mais gosto são os que me permitem conhecer outra cultura. Em outro post, falarei de uma das minhas autoras favoritas, Ami Tan.

Até lá.

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Um comentário:

  1. Concordo, Amélia. Esse livro realmente é muito bom.

    Ótima semana para você!

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